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domingo, 12 de outubro de 2014

E a classe média que se dane.



Olhar crítico por Diego Casagrande,
06/05/2014, metrojornal.com.br.

N
a semana passada, em pleno feriado do Dia do Trabalho, a presidente Dilma Rousseff usou rede de rádio e TV para um longo discurso de campanha. O governo fala em “prestação de contas”. Bobagem. Propaganda eleitoral descarada, usando a bilionária máquina e as prerrogativas de quem tem a caneta, coisa que os detentores do poder sabem fazer. Na oportunidade, Dilma anunciou reajuste de 10% para o Bolsa Família, o mais vitorioso programa social governamental. Até aí tudo bem, uma vez que os beneficiários do programa também sofrem com o absurdo aumento da inflação que afeta a todos. O problema é que para quem paga imposto de renda, a presidente anunciou reajuste de míseros 4,5% na tabela, que só entrará em vigor no ano que vem. Mas o que é isso? Quer dizer que os cidadãos deste país que trabalham e produzem suas riquezas a pau e corda, não merecem ter índices de reajuste compatíveis e manter poder de compra? Quer dizer que porque não são pobres devem ser esmagados? Lembro que este ano os aposentados tiveram parco reajuste de 5,56%.
Por trás da decisão de Dilma há duas vertentes: o marqueteiro tentando impedir com medidas populistas que a candidatura à reeleição derreta, é uma boa dose de desprezo por quem não está no topo e nem lá embaixo na pirâmide social: a classe média. Nas contas dela, todo o peso do custo de um Estado corrupto e incompetente, insaciável pelo dinheiro dos cidadãos.
E para os que duvidam, basta ouvir na internet o ódio da filósofa e fundadora do PT, Marilena Chauí: “Eu odeio a classe média. A classe média é um atraso de vida. A classe média é estupidez... É o conservador, o ignorante, o petulante, arrogante, terrorista...”. Chauí palestrou nos 10 anos do governo petista e, ao fazer tais afirmações virulentas levou a plateia à loucura, incluindo o ex-presidente Lula. “A classe média é uma abominação política porque é fascista, uma abominação ética porque é violenta e uma abominação cognitiva porque é ignorante”, disse.
A professora, uma espécie de Hugo Chávez da academia esquerdista no Brasil, reflete em boa parte o que pensam aqueles que estão no governo: não importa se você se ferra para pagar a conta do supermercado, os carnês de roupas, a escola das crianças, o plano de saúde, a prestação do carro e o apartamento. O que importa é que você só serve para pagar a conta. Uma conta cada vez mais indigesta. A classe média que se dane.

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