Olhar
crítico por Diego Casagrande,
06/05/2014,
metrojornal.com.br.
N
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a semana passada, em
pleno feriado do Dia do Trabalho, a presidente Dilma Rousseff usou rede de
rádio e TV para um longo discurso de campanha. O governo fala em “prestação de
contas”. Bobagem. Propaganda eleitoral descarada, usando a bilionária máquina e
as prerrogativas de quem tem a caneta, coisa que os detentores do poder sabem
fazer. Na oportunidade, Dilma anunciou reajuste de 10% para o Bolsa Família, o
mais vitorioso programa social governamental. Até aí tudo bem, uma vez que os
beneficiários do programa também sofrem com o absurdo aumento da inflação que
afeta a todos. O problema é que para quem paga imposto de renda, a presidente
anunciou reajuste de míseros 4,5% na tabela, que só entrará em vigor no ano que
vem. Mas o que é isso? Quer dizer que os cidadãos deste país que trabalham e
produzem suas riquezas a pau e corda, não merecem ter índices de reajuste
compatíveis e manter poder de compra? Quer dizer que porque não são pobres
devem ser esmagados? Lembro que este ano os aposentados tiveram parco reajuste
de 5,56%.
Por trás da decisão de
Dilma há duas vertentes: o marqueteiro tentando impedir com medidas populistas
que a candidatura à reeleição derreta, é uma boa dose de desprezo por quem não
está no topo e nem lá embaixo na pirâmide social: a classe média. Nas contas
dela, todo o peso do custo de um Estado corrupto e incompetente, insaciável
pelo dinheiro dos cidadãos.
E para os que duvidam,
basta ouvir na internet o ódio da filósofa e fundadora do PT, Marilena Chauí:
“Eu odeio a classe média. A classe média é um atraso de vida. A classe média é
estupidez... É o conservador, o ignorante, o petulante, arrogante,
terrorista...”. Chauí palestrou nos 10 anos do governo petista e, ao fazer tais
afirmações virulentas levou a plateia à loucura, incluindo o ex-presidente
Lula. “A classe média é uma abominação política porque é fascista, uma
abominação ética porque é violenta e uma abominação cognitiva porque é
ignorante”, disse.
A professora, uma
espécie de Hugo Chávez da academia esquerdista no Brasil, reflete em boa parte
o que pensam aqueles que estão no governo: não importa se você se ferra para
pagar a conta do supermercado, os carnês de roupas, a escola das crianças, o
plano de saúde, a prestação do carro e o apartamento. O que importa é que você
só serve para pagar a conta. Uma conta cada vez mais indigesta. A classe média
que se dane.
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