Lula culpa o 'conservadorismo paulista' pela derrocada nacional do PT
Por Augusto
Nunes, 03/11/2016,
www.veja.com.br
Neste outubro, o PT elegeu o prefeito em apenas
oito dos 645 municípios do Estado de São Paulo. Qual teria sido a causa de
tamanho fiasco na mais populosa e desenvolvida unidade da federação? A
corrupção em escala industrial? A ladroagem desavergonhada? A catastrófica
incompetência administrativa? A política econômica desastrosa? A expansão apavorante
do desemprego? Ou a soma desses espantos e outros mais?
Nada disso, ensinou Lula em Buri, onde reapareceu
nesta terça-feira. Segundo o único doutor honoris causa do mundo que não lê nem
escreve, o problema é o que chama de “conservadorismo paulista”. Como o
massacre ocorrido em São Paulo se repetiu em todo o país, pode-se deduzir que
tanto os nordestinos da região da seca quanto os ribeirinhos da Amazônia hoje
são tão conservadores quanto um bilionário quatrocentão.
Na cabeça baldia arruinada pelo nocaute, o fenômeno
serve para explicar tudo ─ da ausência de candidatos do PT em Buri ao triunfo
de João Doria na periferia da capital, do desaparecimento do “cinturão
vermelho” formado pelos municípios do ABC ao sumiço do palanque ambulante,
imobilizado em São Bernardo por falta de interessados. Deve-se presumir que
também explica por que nenhum dos candidatos lançados pelo partido desde 1982
conseguiu homiziar-se no Palácio dos Bandeirantes.
As urnas impediram a chegada ao governo estadual de
gente como José Dirceu, José Genoíno e o próprio Lula. O primeiro está na
cadeia. O segundo esteve. O terceiro logo estará. Os três exemplos avisam que conservadorismo pode ser o outro nome da sensatez.
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