Segundo a 'Folha de S. Paulo',
obra no Alvorada não teria contrato público. Investigações levam em conta
mensagens de Marcelo Odebrecht
Da redação,
13/11/2016,
www.veja.com.br
Uma investigação da Polícia Federal apura se a
empreiteira Odebrecht fez uma reforma na piscina do Palácio da Alvorada,
residência oficial dos presidentes da República, em 2008, durante o segundo
mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o jornal Folha
de S. Paulo publicou neste domingo, a obra não teria contrato com o governo
nem registro público.
Conforme o jornal, a PF encontrou indícios da
suposta reforma ao analisar mensagens trocadas entre o ex-presidente da
empreiteira Marcelo Odebrecht e executivos da empresa.
Em um deles, Odebrecht pergunta a Benedicto Barbosa
da Silva Júnior, o BJ, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, se “o
trabalho das pedras foi bem concluído”. “Meu pai vai estar com o amigo hoje. O
trabalho das pedras foi bem concluído? Qual ficou sendo a solução final?”,
perguntou Marcelo Odebrecht a Benedicto Júnior.
Segundo a Polícia Federal, os codinomes “amigo” e
“amigo de EO” eram utilizados pelos executivos da Odebrecht para se referirem
ao ex-presidente Lula.
A Folha de S. Paulo diz ter tido acesso a
documentos que comprovam a “colocação de piso de pedra em volta da piscina” do
Alvorada em 2008, na época em que as mensagens foram enviadas. O jornal afirma
que funcionários da empreiteira e da presidência da República confirmam que não
havia contrato público para a realização da obra.
Em outras mensagens, um mês antes, Marcelo
Odebrecht é informado pela secretária do ex-executivo da Vale Carlos Anísio
Figueiredo de que ele tinha “urgência em lhe falar sobre a colocação de granito
na piscina em Brasília”.
Perguntado se a demanda poderia ser encaminhada a
Benedicto Júnior, Odebrecht concorda e responde: “Alinhar para não haver
divulgação e qual estratégia se houver (provável) vazamento na mídia”. “Lembre
o rolo que foi a reforma do Planalto. Na época pensei em ser mencionado como
doação do pessoal de granito do Brasil para divulgar para visitantes do
exterior”, conclui.
O relatório da PF sobre a análise das mensagens diz
que “diante da proximidade das datas das mensagens”, haveria uma “clara
possibilidade” de que elas tratariam do mesmo tema.
A Odebrecht e o ex-presidente Lula não comentaram o
teor da reportagem publicada pela Folha.
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