Nunca antes na história “deste país”,
como diria aquele, o governo federal atuou de forma tão presente na segurança
pública
Por Lilian Mahfud, 19/01/2017,
www.veja.com.br
Desde que passei a me ocupar da crise nos
presídios, no dia 16, tenho defendido a criação do que chamo uma “Autoridade
Federal” para cuidar do assunto. Ainda estamos muito longe disso. Mas uma
primeira semente pode ter sido lançada pelo governo.
Nesta quarta, o Ministério da Justiça anunciou a
criação do Grupo Nacional de Intervenção Penitenciária, formado por 100 homens
de vários Estados, todos eles já agentes penitenciários. Conhecem, pois, o
trabalho por dentro. A ideia é que sejam acionados sempre por solicitação dos
respectivos governos dos Estados.
O Ministério da Justiça informou que a criação do
grupo foi anunciada de manhã pelo próprio ministro Alexandre de Moraes, em
reunião com representantes da Federação Sindical Nacional dos Servidores
Penitenciários (Fenaspen). Haverá ainda um curso de capacitação no Departamento
Nacional Penitenciário (Depen), que é ligado ao ministério, para o
aperfeiçoamento dos agentes penitenciários.
Vamos ver. As Forças Armadas já foram autorizadas a
atuar nos presídios, mas não em contato direto com os presos. Farão, quando
solicitadas pelos respectivos governos, um trabalho de varredura nas celas em
busca de armas e celulares. Agora, anuncia-se esse novo grupo.
Aos poucos, é preciso que se perceba, as propostas
vão convergindo para a criação da tal Autoridade Federal, como defendo. Nunca
antes na história “deste país”, como diria aquele, o governo federal atuou de
forma tão presente na segurança pública. Que assim seja: boa parte dos governos
estaduais perdeu o controle da situação. O que vemos no Rio Grande do Norte é
patético. Vamos ser claros? Os bandidos estão no comando.
As conversas em curso entre o Planalto e os
governadores só evidenciam como é chegada a hora de transferir a gestão dos
presídios para a União. Por quê? Ora, os governos estaduais querem é mais
recursos, certo? Pedem que o Planalto diga de onde sairá o dinheiro e
pressionam em favor da verba carimbada, vale dizer: uma fatia do Orçamento iria
necessariamente para a segurança pública. Eles também resistem em se
comprometer com contrapartidas. Boa parte das unidades federativas está
quebrada, sem um tostão.
No meu modelo, os Estados atuam, sim, na segurança
pública e na gestão dos presídios, mas necessariamente sob o comando da
Autoridade Federal, com mandato definido pelo Congresso, metas a serem
cumpridas e um sistema de accountability, de transparência, que hoje não
existe.
Que a criação desse grupo seja o primeiro passo
nessa direção.
Comentários
Roberto
O que eu vejo nessa crise de penitenciárias é o PT quietinho.
Por que será? Pelo menos até agora entidades de direitos humanos aqui no Brasil
estão quietas também. Só as internacionais reagem. O aparelhamento de algumas
entidades de DH e associações, ligadas a partidos de esquerda, pelo crime
organizado é sorrateira. A justiça teria que devagar, desmantelar essas
associações. Só com inteligência e investigação que se faz isso. As pessoas de
bem agradeceriam.
Flávio Pereira
Apoiado.
LIndomar Possebom
Oba! Mais emprego público!
Flavio Barreto
Não Instituição que resista às negociatas, aparelhamentos e
falta de transparência e controle. Podem-se criar mil Instituições, se não for
com pessoas comprometidas. Estarão fadadas ao fracasso. A única coisa de que se
tem certeza é: os recursos serão gastos, como só tempo dirá.
Antonio Renovável
QUE BOM!!!
O que não pode é criar imposto para mais uma vez descer pelo
ralo da corrupção, desculpem quem não concorda. Querem dinheiro pra segurança,
aumentem o tributo sobre cigarros, tirem % 0,005 da arrecadação das loterias, %
0,005 da arrecadação do IPVA que só serve para enriquecer os políticos dos
estados onde é recolhido... E por aí vai, mais criar novo imposto ninguém
AGUENTA!!!
Waldinei de Oliviera
Por que os últimos posts são assinados por Lilian Mahfud?
Nenhum comentário:
Postar um comentário