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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A arrogância de Lula repele a lucidez e combate a realidade



Por Augusto Nunes, 14/09/2015,
 www.veja.com.br

Texto de Valentina de Botas
Enquanto os brasileiros estão cansados desta morte que nunca acaba, Lula, mesmo já tornado cadáver, continua onipresente. A onipresença é constitutiva da tirania e Lula é figura tirânica, como todo ególatra. Para tentar entender o fenômeno pelo qual a Alemanha se submeteu por um homem ridículo e obtuso como Hitler, o brilhante filósofo alemão, Eric Voegelin, se vale do spoudaios estabelecido por Aristóteles.

Evitando o insustentável paralelo entre nazismo e lulopetismo, pois, além de outras razões, o lulopetismo não passa de uma esculhambação vigarista reprimível por alguns camburões, talvez seja interessante contemplar pelo spoudaios a figura obtusa do passarinho vigarista. O modelo de Aristóteles é o homem que, tendo desenvolvido suas potencialidades, aprendeu que para governar e comandar é necessário governar a si mesmo, principalmente dominar as paixões. Mas Lula sucumbe à paixão pelo poder e por si próprio, em dramático autodesconhecimento.

O spoudaios desceu ao inferno do autoconhecimento de onde voltou com o desvelamento da própria alma. Assim, é capaz de conhecer a alma de seus governados, compreendendo as necessidades deles. Mas o Lula que só pensa nos pobres jamais se pôs ao lado deles se comparando a homens simples, preferindo paralelos com Jesus ou estadistas como JK e outros porque só pensa nos pobres sim, mas como objeto do populismo truculento que enriquece e perpetua no poder o pai dos pobres que os traiu incansavelmente.

O spoudaios é lúcido e humilde perante o real. Mas a arrogância de Lula repele a lucidez e, com a ajuda da compulsão pela mentira, combate a realidade. O spoudaios não é um condutor de homens como um peão que tange gado; é um líder autêntico, mais do que institucional e político, à frente de homens preenchidos de consciência e alma, não de um rebanho acrítico que o segue por necessidade, conveniência ou convicção insana. Em Lula vê-se o oposto: o líder néscio de uma ralé que, com a autoridade da ignorância, é governante medíocre e cruel.

No réquiem prolongado cujo final será na cadeia, a cria parva do passarinho-jeca contribui declarando que “não faço essa renúncia porque não devo nada, não fiz nada de errado”. Certamente Dilma não deve nada ao projeto soterrado pelas ruínas da nação arruinada por ele; também não fez nada de errado além de mentir, fraudar, trapacear e trombar com as leis. Tudo contornado com a adesão um Brasil primitivo guiado pela figura imaginária de líder até que a matasse o ladrão miserável que a habita.

Na progressão do réquiem, o Lula que nunca foi esquerdista nem direitista para ser apenas oportunista e nem elite ou povo para ser apenas escória, faz o que sabe: vadiar enquanto mente jactando-se de vadiar enquanto mente. Agora de galho em galho, esperando interromper sua descida ao inferno. Descobrirá que, conforme Anaxágoras ensinou para quem pretende driblar a realidade – e no caso do passarinho vigarista, a cadeia –, a descida ao inferno é a mesma de qualquer lugar.

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