Este blog antecipa as farsas
desde 2013. Veja o histórico de "atentados"
Por Felipe Moura Brasil, 25/01/2016,
www.veja.com.br
A explosão de uma bomba caseira na porta do
Instituto Lula em 30 de julho de 2015 rendeu dois posts neste blog no dia 31
daquele mês: “O marketing do PT vai de vento em… bomba” e “‘Atentados’ contra o PT são pretextos para demonizar a ‘direita’. Veja
cada caso (desde 2013)”.
Eu os reproduzo mais abaixo, porque agora, seis
meses depois, o Estadão revela duas trocas de mensagens
que confirmam o cinismo dos petistas para “vitimizar” Lula e culpar adversários
políticos pelo suposto atentado.
As mensagens de whatsapp foram trocadas entre
o mensaleiro José Dirceu (quatro dias antes de ser preso pela Lava Jato em 3 de
agosto) e dois personagens de funções semelhantes em esferas diferentes: seu
assessor de imprensa Ednilson Machado, conhecido com Edi, e o jornalista Breno
Altman, dos blogs petistas Brasil 247 e Opera Mundi.
Altman foi citado pelo doleiro Alberto Youssef como
um dos envolvidos na compra do silêncio do empresário Ronan Maria Pinto, que
ameaçou implicar Lula, Gilberto Carvalho e o próprio Dirceu no assassinato de
Celso Daniel. Seu nome também está envolvido nos pagamentos da Engevix ao
Brasil 247, por meio de Youssef.
Numa das trocas, Dirceu copia para
Altman uma informação de Edi sobre os possíveis culpados pelo ataque:
“E tinha uns caras com pinta de Black blocs na redondeza”.
Altman então escreve:
“Falei com Rui [Falcão, presidente do PT], propus que tocássemos o rebu.
Ele acha que devemos reagir com perfil baixo… inacreditável”.
Em outra janela, uma mensagem de Edi a
Dirceu escancara um dos principais métodos da propaganda petista:
“Mas deveria ser usado isso para vitimização…”.
Dirceu copia
a resposta de Altman para seu assessor e determina:
“Fale lá tem que ir para cima”.
Edi informa:
“Já mandei mensagem para o (Paulo) Okamotto (presidente do Instituto
Lula). Lamentável perfil baixo a essa altura.”
O assessor acrescenta, em
alusão ao protesto contra o governo Dilma Rousseff, marcado para 16 de
agosto de 2015.
“Era hora de politizar e creditar à inflamação pública que o PSDB passou
a fazer para o dia 16”.
Ou seja: mesmo sabendo dos “caras com pinta de Black
blocs”, eles escolheram mentir, culpando o PSDB e os organizadores do protesto.
Breno Altman publicou no site Carta Maior um texto
sobre o tema, depois reproduzido pelo blog de Dirceu. Outros artigos se
espalharam pelos blogs petistas, como o do secretário Nacional da Juventude do
PT e o de Chico Vigilante, ambos citados no relatório da Polícia Federal.
Relembro duas tuitadas daquele período sobre as
declarações de Dilma e do Instituto Lula:
Pois é.
Relembro abaixo os dois posts deste blog que também
anteciparam a estratégia petista.
Instituto Lula acusou seus adversários políticos de
terem lançado uma bomba institucional, digo, ‘caseira’, em sua sede, embora as
‘investigações’ não tenham concluído se a nota foi escrita antes ou depois do
‘atentado’, nem se os acusados são os mesmos que quebraram a vidraça do Foro de
São Paulo em 2013, ‘bombardearam’ a sede do PT durante a campanha de 2014,
picharam a Rua do Jô Soares após a entrevista com a mulher sapiens, fizeram
ataques racistas contra a apresentadora Maju e “quase agrediram” o
petista-propaganda do Banco do Brasil, Gregório Duvivier.
Em todo caso, duas teses genéricas podem ser ditas:
Para o PT, a melhor defesa é atacar-se.
Para blindar Dilma e Lula, o marketing do PT vai de
vento em bomba.
1) Tarso
Genro (PT-RS) não ficou “paralizado”, com “z”,
diante do “atentado” que o Instituto Lula classificou como “ataque político”.
O petista seguiu o manual do partido, acusando os
fascistas de direita, supostamente estimulados pela mídia:
Uma bomba caseira teria sido atirada de dentro de
um carro, mas nenhum ocupante foi identificado.
Este foi o resultado do “atentado”:
2) No
início de julho, a apresentadora Maju, do Jornal Nacional, sofreu múltiplos
ataques racistas, de uma só vez, na internet, mas apenas um suspeito – menor de
idade, claro – foi detido e liberado.
Mostrei no Twitter a reação da militância petista:
3) Em
junho, a pichação “Jô Soares, morra” apareceu em frente ao prédio do
apresentador, dias após sua entrevista com Dilma Rousseff.
A militância petista fez a sua parte de sempre:
O autor da pichação não foi encontrado.
4) Em
março, o diretório nacional do PT também teria sido alvo de bomba caseira.
O presidente municipal da legenda em São Paulo, Paulo
Fiorilo, considerou o incidente parte de uma “onda de intolerância e ódio
contra o PT”.
Este foi o resultado do “ataque”:
Ninguém foi preso.
5) Em
2013, como ironizei na ocasião, citando matéria de um blog sujo do PT, “vinte
pessoas de preto SEM NOME – mas de extrema direita! – agrediram não se sabe
quantos participantes SEM NOME do Foro de São Paulo em um restaurante SEM NOME
localizado a uma distância não esclarecida do hotel do evento do Foro, ferindo
um deles na boca, quebrando uma vidraça – que, como se vê pela foto desprovida
de qualquer elemento de identificação, poderia ser até da minha casa -, e,
segundo testemunhas SEM NOME, bradaram contra o Foro e os movimentos de
esquerda da América Latina”.
Para o petista Walter Pomar, secretário da entidade,
foi “a confirmação da campanha que vimos nos últimos dias por atos agressivos
contra o Foro de São Paulo”.
Esta foi a vidraça quebrada:
Ninguém foi preso.
Há outros casos semelhantes, a começar pela
explosão no Riocentro, em 1981,
mas a preguiça me impede de prosseguir com os exemplos.
Se os ‘atentados’ contra o PT são todos pretextos
para demonizar uma direita imaginária, há motivos de sobra para a direita real
suspeitar de que, na hora do desespero, os petistas se vitimizam atacando a si
próprios.
Felipe Moura Brasil ⎯
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