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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

'Foi um simples caso de sonegação', diz advogado de Santana



Defesa do marqueteiro também disse ter sido uma "coincidência" o fato de marqueteiro ter procurado regularizar a situação tributária de suas empresas na mesma época em que se iniciou a Lava Jato

Por Nicole Fusco, 26/02/2016,
www.veja.com.br


O advogado tributárista Igor Nascimento de Souza, que atua na defesa do publicitário João Santana e da mulher dele, Mônica Moura, afirmou nesta sexta-feira, em São Paulo, que o casal cometeu apenas irregularidades fiscais. "Estamos diante de um simples caso de sonegação fiscal. Digo isso porque a lei permite que o contribuinte possa pagar os impostos e ficar regular", disse.
Souza também disse ser uma "coincidência" a empresa Souza e Schneider, da qual é sócio, ter sido contratada pelo casal para regularizar a situação tributária de suas empresas poucos meses depois da deflagração da Operação Lava Jato, em 2014. "As coisas coincidiram, no meio do trabalho [de regularização] ocorreu a Lava Jato", afirmou.
A Souza Schneider foi contratada para revisar a situação contábil da empresa Polis, presente no Panamá, Argentina, El Salvador e República Dominicana, depois que foram encontradas irregularidades cometidas por ela durante a campanha do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), em 2012. Segundo o advogado, a empresa não recolheu os impostos da capital paulista "por um erro contábil" - que já foi regularizado. Questionado por que a empresa foi procurada somente depois de dois anos depois do pleito, Souza respondeu que foi quando o casal "viu necessidade e oportunidade".
A defesa, no entanto, só foi informada da existência da empresa Shellbill, no Panamá, em outubro de 2015. "Na visão deles, a Shellbill era como uma poupança que eles teriam no futuro". A força-tarefa da Lava Jato suspeita que ela era usada para receber recursos oriundos do esquema de corrupção da Petrobras. Os investigadores suspeitam que o dinheiro foi usado para pagar despesas de campanha do PT - Santana foi o responsável pelas campanhas eleitorais de Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014).
Outro ato irregular foi a compra de um imóvel, em 2013, na cidade de São Paulo, no valor de 1 milhão de dólares. Esse dinheiro, segundo o advogado, era proveniente da Shellbill e não foi declarado à Receita.
Nesta sexta-feira, o juiz Sergio Moro prorrogou por mais cinco dias a prisão temporária do casal, pois foram encontrados indícios de que Santana recebeu 4 milhões de reais da empreiteira Odebrecht no Brasil, durante a campanha de 2014, o que eles haviam negado em depoimento à PF.

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