FHC assumiu a paternidade de Tomás, mantém com ele uma relação típica
para o caso, ainda que dois exames de DNA comprovem que o rapaz não é seu
filho. E isso evidencia um caráter superior, não o contrário. O rapaz lhe teria
telefonado em solidariedade nesta quinta. Mas isso importa menos
Por Reinaldo Azevedo, 19/02/2016,
www.veja.com.br
A pistolagem intelectual e política do PT é algo
sem-par na história brasileira. Nesta quinta, aconteceu o óbvio e o esperado,
depois que Miriam Dutra resolveu ser, na prática, queira ou não, peça de
propaganda da tentativa de Lula de sair do fundo do poço. Parlamentares
petistas resolveram equiparar FHC ao chefão petista.
O mais entusiasmado, ora vejam, foi o advogado
Wadih Damous, ex-presidente da OAB-RJ e uma espécie de porta-voz de Lula. Da
tribuna, sem medo do ridículo e evidenciando a que extremos de delinqüência
caiu a Ordem em passado recente, e lá continua, ele disparou:
“E agora? Vai abrir investigação? O [Rodrigo] Janot [chefe do Ministério Público Federal] vai abrir inquérito? Se fosse o Lula, já estavam na rua pedindo a prisão dele”, disse.
“E agora? Vai abrir investigação? O [Rodrigo] Janot [chefe do Ministério Público Federal] vai abrir inquérito? Se fosse o Lula, já estavam na rua pedindo a prisão dele”, disse.
Se o advogado Damous, não o chicaneiro, disser o
que o Ministério Público Federal tem de investigar, eu publico. Mas ele sabe
que nada há a fazer nesse caso. Ainda que fosse verdade que o
ex-presidente pagou uma pensão à jornalista por intermédio de uma empresa, a
própria Miriam, que recebeu a bufunfa, afirmou que a grana era do pai de seu
filho, que filho dele não era… Sem querer ser jocoso, que o rapaz não merece. É
vítima dessa baixaria.
Mas há mais. FHC assumiu a paternidade de Tomás,
mantém com ele uma relação típica para o caso, ainda que dois exames de DNA
comprovem que o rapaz não é seu filho. E isso evidencia um caráter superior,
não o contrário. O jovem lhe teria telefonado em solidariedade nesta quinta.
Mas isso importa menos.
O assanhamento dos petralhas parece indicar que,
com efeito, a operação toda obedeceu, vamos dizer, a um comando inteligente. E
Miriam Dutra resolveu se prestar a esse papel. Quem tem as informações plenas
sobre passado e presente desta senhora não se surpreende.
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS), aquele iluminado
que pediu à Universidade Federal de Santa Maria que fornecesse a lista de
alunos e professores judeus da instituição (ele é um humanista…), raciocinou
com a aquela peculiar inteligência:
“Por que razão o Ministério Público Federal não se
manifesta, a Polícia Federal não faz nada, onde está o [Sergio] Moro, o xerife
da Lava Jato?”.
É pura pistolagem moral e intelectual.
Manifestar-se sobre o quê? Ele queria um pronunciamento do Ministério Público
antes mesmo de qualquer inquérito — isso no caso de haver motivos para um. Mas
não há. A propósito: ele esperava que o juiz Sergio Moro dissesse o quê?
A reação desses caras, lamento, parece indicar que
esse é um caso de paternidade comprovada. Nem é preciso fazer DNA para saber de
quem é a mão que balança o berço.
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