Por Reinaldo Azevedo, 14/08/2015,
www.veja.com.br
Joaquim Levy falou a empresários nesta
sexta (ver post anterior). Disse o óbvio: o ajuste fiscal é conseqüência da
crise econômica, não causa. Mas a crise econômica, à diferença de Deus na
teologia, está entre as causas causadas, entendem? Só Deus, meninas e meninos, podem
ser considerados a causa das causas não causadas. Até parece que a crise que
está aí é uma fatalidade. Não é, não.
Levy explica o óbvio. O governo petista
navegou nos preços estratosféricos das commodities e incentivou o modelo
ancorado no consumo. Não é que não tenha resistido à tentação apenas. Lula
ancorou o seu discurso contra tudo o que veio antes na bolha. Mas aí a festa
acabou. As commodities despencaram, e o país não havia se preparado.
Então entrou a genialidade de Guido
Mantega, especialmente em parceria com Dilma. E ambos resolveram “estimular” a
economia com incentivos, desonerações, um pouco mais de gastos, um pouco mais
de consumo. A redução dos juros na porrada fez parte da patuscada. Colapsou.
Disse Levy: “Dada à fragilidade da
economia, nós apenas mudamos a direção. Se nós olharmos o superávit, que
atualmente é um déficit, o balanço estrutural fiscal já vinha se deteriorando
desde 2012, e o que fizemos foi estancar essa deterioração. Na verdade, a
economia já vinha se desacelerando. Não foi o ajuste fiscal”.
Sim, é isso mesmo. A crise está aí. Tem
causa. Não é Deus. É possível chegar à origem. O PT é a causa das causas
causadas.
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