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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Impressionismo barroco



Sem o tal "financiamento das grandes empresas", teve-se a impressão de que os políticos não tiveram bala na agulha para distorcer os fatos com visualzinho elegante

Por Augusto Nunes, 05/10/2016,
 www.veja.com.br

Texto de Vlady Oliver

Continuo a ler o que está sendo escrito por aí com toda a desconfiança que as conclusões andam merecendo. Temos 12 milhões de desempregados no país. Alguém aí se deu conta de que isto impacta diretamente a abstenção eleitoral? Ou será que, entre comprar um biscoito de vento para a família e chacoalhar num ônibus lotado em direção à zona eleitoral de sua votação, o pobre cidadão tem alguma escolha? Democracia depende de GRANA, meus caros.

Já para os defensores do “deixa como está para ver como é que fica”, tenho uma péssima notícia: a impressão generalizada de que estas eleições foram muito melhores do que as anteriores já se disseminou por todo o eleitorado. Primeiro porque, na maioria das vezes, ganharam os “certos”, e não os “petistas”. Depois porque não houve sujeira, santinhos e o maldito horário eleitoral de uma hora seguida para nos aporrinhar. Não houve o que assistir.

Sem o tal “financiamento das grandes empresas”, teve-se a nítida impressão de que, pela falta de agenda e interesses a defender, os políticos não tiveram bala na agulha para distorcer os fatos e as verdades com visualzinho elegante.  É lógico que, para os seres pensantes como os que habitam este garboso espaço editorial, tudo o que estou afirmando é relativo e sujeito à críticas. O que estou afirmando, no entanto, não são as minhas convicções, mas as minhas impressões, baseadas no que ouvi dizer durante o pleito e depois dele.

Como publicitário que sou, minha vontade não conta na parada. O que conta é o que se afere. Com institutos de pesquisa avariados pelo pensamento manco das esquerdas e cravando 18% de margem de erro no que afirmam, fica fácil afirmar qualquer coisa, não é mesmo? O que me impressiona é que, quanto mais o eleitorado “se endireita”, mais eu descubro as viúvas vivas desse esquerdismo pixuleco, espalhadas por todo canto.

É por isso que demorou tanto tempo para o PT cair, meus caros. Não é por conta do “presidencialismo de coalisão”. É por conta da “roubocracia da comissão” mesmo. Gente até hoje fascinada pela grana distribuída pelo PT e seus aviõezinhos de quadrilha. Gente que não tem a menor ideia de onde essa grana veio, nem que quebrou o país, nem quantos biscoitos de vento compraria para a família que já comemora um ano de desemprego na fila.

Eleição não é um fim em si; é um começo. Pois vamos ver como começam os novos administradores eleitos. Desconfio que serão muito melhores que o PT no poder e suas pedaladas nas ideias e bolsos alheios. Só isso já conta muito. O PT só tem espaço mesmo na agenda da tevê vermelha da platinada, junto aos “coleguinhas de luta”. Façam suas apostas, amigos. O enterro disso aí que nós estamos vendo está próximo.

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