Operação nos fundos de pensão
demonstra a extensão e a profundidade da roubalheira do regime petista.
Roubavam nosso dinheiro e queriam roubar também nossa democracia
Por Reinaldo
Azevedo, 06/09/2016,
www.veja.com.br
A Polícia Federal deflagrou uma mega-operação
que tem como epicentro os maiores fundos de pensão das estatais: Previ, Funcef,
Postalis e Petros. Dizer o quê? Recorram ao arquivo deste blog para saber como
trato essas entidades desde que o blog existe — e já o fazia antes. Atenção!
Eles eram — e, em certa medida, são ainda — um dos esteios do poder do PT.
Aliás, é curioso: enquanto o partido
fazia, por exemplo, campanhas contra as privatizações do governo FHC, os
fundos, já influenciados pelo PT, iam às compras. O petismo, diga-se, se
sustenta em três pilares: aparelhamento do estado, sindicalismo e fundos de
pensão.
A coisa de agora é cabeluda e pode
rivalizar, em prejuízo efetivo, com o petrolão. Fazendo uma síntese: os
indícios apontam para um conluio entre os fundos e algumas cabeças coroadas do
empresariado — curiosamente, muitos deles se tornaram impressionantemente
robustos durante o lulo-petismo - para fingir que o simples assalto aos cofres
dessas entidades era… investimento! Esses fundos compravam, aponta a
investigação, cotas em oito fundos de investimentos a preços superfaturados.
Ainda que o investimento viesse a dar lucro depois, o prejuízo na largada, para
as entidades, já estava garantido. Bem como o lucro dos larápios. Essa é,
reitero a acusação. Foi bloqueada a fabulosa quantia de R$ 8 bilhões.
Sabem o que impressiona nisso tudo? O
fato de ninguém se impressionar. Nem no mercado. Todos esperavam, cedo ou
tarde, uma devassa nesses entes. O que estarrece os que acompanham a coisa mais
de perto, consta, é o grau do descaramento. E, ora vejam, lá está João Vaccari
Neto, tesoureiro do PT, como um dos investigados.
Chega a ser espantoso. Lembro-me aqui
que, em 2010, a VEJA publicou uma reportagem com o depoimento de um sujeito
chamado Gerardo Santiago, um ex-assessor do Previ. Ele revelou, então, a
existência de um bunker naquele fundo só para produzir dossiês contra
adversários do petismo.
Escrevi, então, que aquele bunker
montado na Previ atentava diretamente contra os direitos fundamentais e
políticos garantidos pela Constituição brasileira. Era a Hidra de Lerna do
estado totalitário mostrando as suas muitas cabeças. Não estava mais no
ovo. Já havia nascido. Pessoas estavam lá organizadas não para cuidar do fundo,
de suas necessidades etc., mas para atuar como uma espécie de polícia política
do PT e do governo de então. Ninguém estava fora de seu radar. Só na Previ?
Santiago deu a entender que não.
A operação de agora, aguardem, vai
evidenciar a profundidade alcançada pela “Conjuração dos Ladrões”.
Roubavam nosso dinheiro.
O objetivo era roubar também nossa
democracia.
E eles estão em marcha.
Ah, claro, o regime bolivariano criou
os “boliburgueses”, os multimilionários e multibilionários do bolivarianismo.
Tudo indica que, por aqui, formaram-se os “petralhas-burgueses”.
Mas não contem isso para alguns
humoristas. Eles acham que essa crítica é coisa de radicais que não gostam do
Chico Buarque, né, Marcelo Adnet?
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