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sábado, 1 de outubro de 2016

O discurso de uma garotinha americana sobre racismo mostra como as redes sociais impulsionam manifestações



A fala da menina viralizou. Relembre outros casos nos quais as mídias digitais deram força para reivindicações

Da Redação, 30/09/2016,
 www.veja.com.br

 A pequena Zianna Oliphant, de 9 anos, moradora da cidade de Charlotte, nos Estados Unidos, emocionou o mundo na última terça-feira (27). A jovem falou sobre violência racial perante o Conselho Municipal de Charlotte, após a morte de Keith Lamont Scott, de 43 anos, assassinado a tiros por um policial enquanto esperava seu filho retornar do colégio. A polícia acusou Scott de estar armado. A família e testemunhas, porém, contestam a versão. 

O discurso de Zianna foi gravado e o vídeo viralizou. “É uma vergonha nossos pais e mães serem mortos e nós não podermos mais os ver. É uma vergonha termos que passar por aquele cemitério e enterrá-los. Nós temos lágrimas e não deveríamos ter lágrimas. Nós precisamos que nossos pais e mães estejam dos nossos lados”, disse ela, na gravação.

Confira:

A menina ainda falou sobre os protestos que tomaram conta da cidade desde a morte do americano: “Somos negros e não devíamos ter que nos sentir assim. Não deveríamos ter que protestar porque vocês estão nos tratando mal. Fazemos isso porque deveríamos ter direitos”. 

No mundo, está cada vez mais comum levante que ganham força na internet. O escritor e pesquisador americano de redes sociais Clay Shirky falou sobre o tema em uma palestra de 2009, com o título de Como a mídia social pode fazer história. “Essa é uma transformação do ecossistema como um todo. Estamos cada vez mais em um cenário onde a mídia é global, social, ubíqua e barata”, explicou.

Relembre outros casos de protestos que tiveram ajuda das redes sociais:

Primavera Árabe (2011)

As manifestações que incendiaram o mundo árabe no final de 2010 e começo de 2011 tiveram seu estopim na Tunísia, em dezembro de 2010, com a auto-imolação do vendedor ambulante Mohamed Bouazizi. O caso aconteceu após autoridades locais confiscarem o carrinho de frutas do jovem.

Desesperado, Bouazizi foi à sede do governo regional tentar recuperar a mercadoria e, ao receber um “não” como resposta, colocou fogo em si mesmo em frente ao prédio. As imagens do ato viralizaram e as manifestações, organizadas principalmente por meio das redes sociais, tomaram conta de países do Oriente Médio e do norte da África. Como resultado, ditaduras foram derrubadas e teve início guerras civis, como a da Síria, que perduram até hoje. 

Manifestações no Brasil  (2013)

Por aqui, as redes sociais tiveram papel decisivo para a organização dos protestos de junho de 2013. Os atos começaram em São Paulo, com o pretexto de serem contra o aumento da passagem de ônibus, mas logo se espalharam pelo país. Os encontros eram combinados por meio de eventos publicados no Facebook e, durante todo o mês, só se falava disso nas redes.

Protestos na Tailândia (2013 – 2014)

No final de 2013, os tailandeses começaram a se manifestar contra o governo da primeira ministra do país, Yingluck Shinawatra. Mais uma vez, as redes sociais mostraram ter força na organização dos protestos.

Na internet, os manifestantes combinavam as reuniões e mostravam ao mundo o que estava acontecendo no país. Após sete meses de levante, o Exército tomou o poder. Dentre as primeiras ações do governo militar, estavam censurar os meios de comunicação e bloquear o Facebook. Usuários, porém, driblaram a repressão e continuaram postando em outras redes, como no Twitter.

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