Um dos mais importantes atores do
país demonstra que não teme as patrulhas ideológicas e que sabe a diferença
entre democracia e ditadura
Por Reinaldo
Azevedo, 10/04/2016,
www.veja.com.br
Ary Fontoura é um dos maiores nomes da
televisão, do teatro e do cinema no Brasil. Nunca foi do tipo que se acovarda.
Também não é de meias palavras.
Nestes tempos em que tantos artistas se
ajoelham no milho para fazer um ato de contrição ao PT — seja para não ficar
mal na rodinha, seja por causa dos capilés das leis de “incentivo” à cultura —,
Fontoura deu uma prova de coragem no “Domingão do Faustão” deste domingo.
E que se note: tanto mais seu ato deve
ser reconhecido porque poderia fazer como uma larga parcela, que prefere se
esconder no isentismo dos que não se prezam.
Referindo-se à atual situação do
Brasil, deixando claro que fazia a defesa da democracia, disse o ator — e foi
aplaudido de pé — a partir de 1min11s:
“Fala-se muito que impeachment foi um golpe, sobretudo a presidente do Brasil. Gostaria de mandar um recado pra ela: ‘A senhora está empregando a palavra errada. Golpe, golpe, golpe, quem deu foi a senhora! (aplausos) A senhora deu um golpe, e um golpe baixo, quando prometeu uma infinidade coisas para seus eleitores e não cumpriu. Foi isso o que aconteceu!”
É isso aí! É bom saber que nem toda a
classe artística está de joelhos ou escondida debaixo da cama. Há quem saiba
distinguir o estado de direito da gritaria de um “grupelho”, que, como lembrou
Fontoura, não é dono do Brasil.
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