Por Augusto Nunes, 16/04/2016,
www.veja.com.br
A
obsessão do PT pelo poder: uma aliada dos indignados
Texto de
Valentina de Botas
Um mês depois da nomeação canalha de Lula para
chefiar a Casa Civil, o governo se estilhaça de modo definitivo. Impedido pela
lei de consumar esse crime, o delinquente incurável passou para outro: sem ser incomodado
por nenhum agente da lei, assumiu o cargo a partir de um quarto de hotel
mercadejando a República no baixo meretrício institucional, comprando deputados
contra o impeachment.
Enquanto isso, Dilma Rousseff mantinha a própria
rotina de crimes diários rebaixando, por exemplo, o Planalto à plataforma para
lançamento de ameaças contra a ordem pública, opositores, a nação indignada e o
vice-presidente que se revelou mais do que decorativo. Essa é a face visível e
menos, digamos, técnica da criminosa que dissolveu as contas públicas e o
Tesouro. Ao mesmo tempo, a ação do bando incluía o trabalho sujo de aliados em
crimes coadjuvantes.
Era o PT mostrando que só o PT conseguiria destruir
o PT. Quando a nação exausta reagiu ao esbulho e foi para as ruas, obteve a
ajuda definitiva do lulopetismo contra ele mesmo no deboche à nossa agonia
traduzida em marchas que, esparsas, cresceram com o fermento do governo
despótico. Não foi a oposição nem político nenhum, mas a marcha de milhões de
indignados e a Lava Jato que encurralaram essa escória que, indiferente às leis
e aos interesses e sofrimento do país, aprofundara-se no mar trevoso da própria
obsessão, onde agora naufraga em algumas semanas depois de velejar por 13 anos.
O homem ridículo
Um dos coordenadores da campanha – já bancada pelo
Petrolão – para o primeiro mandato de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo foi
nomeado porquinho por ela e não se defendeu; Ministro da Justiça no governo
dela, em razão das condições das penitenciárias brasileiras, preferiu preferir
morrer a defender uma reforma que lhes desse dignidade; ainda ministro de
Dilma, foi demitido por Lula e não se defendeu; advogado-geral da União
defendeu Dilma na chicana de quarta-feira no STF exigindo, com a gravidade dos
pilantras sonsos, a anulação do relatório do deputado Jovair Arantes alegando
que o documento não poderia registrar denúncias que, ora vejam! Não registrava;
Cardozo ainda cobriu-se de glorioso ridículo ao garantir que a presidente seja
derrotada alternadamente de norte a sul na votação de domingo, jamais de sul a
norte. O homem ridículo é professor de direito.
Governo versus oposição será?
Álvaro Dias, atual PV, disse que fará oposição ao
governo Temer porque o ex-vice-presidente é sócio na crise ou algo assim. Se o
senador se opuser ao novo governo como se opôs por 13 anos a Lula e Dilma,
Michel Temer pode ficar tranquilo.
Depois de as milícias do PT pararem de queimar
algumas latas de lixo e pneus e infernizar nossa vida paralisando o trânsito,
com o PT desidratado e Lula preso, talvez a democracia ainda leve algum tempo
até reinaugurar o fenômeno da oposição no Brasil. Nos primeiros meses do novo
governo, diante da nudez sem tarjas do real descalabro
contábil-fiscal-financeiro do país e o natural clima de convergência que um impeachment
enseja, PV, Rede e outros oposicionistas provavelmente dêem um tempo. Vejamos.
Ressalvando que o partido mafioso e o dono dele jamais fizeram exatamente
oposição, mas sabotagem.
Toda alegria é assim: já vem embrulhada numa
tristezinha de papel fino (Millôr Fernandes)
Domingo será um dia imenso. Mas na sua trivialidade
inevitável, será sucedido pela segunda-feira; e a vida segue no país que busca
a única chance de iniciar a também imensa tarefa de se reconstruir. Feliz
impeachment, Brasil.
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