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sexta-feira, 29 de abril de 2016

O modo fácil de cooptar parlamentares



Por Armando Burd, 30/07/2015,
www.osul.com.br

Congresso Nacional 

O antichamas da maioria das crises do governo federal com o Congresso se chama emenda parlamentar. É o modo pelo qual a maioria dos senadores e deputados federais, com a dotação anual de 12 milhões de reais cada um, anuncia-se em suas bases eleitorais como realizadores de obras. Não tem a ver com a atividade para a qual são eleitos, mas garante votos para o futuro.

Nesta quinta-feira, o Palácio do Planalto garantiu a liberação, até dezembro, de 4 bilhões e 900 milhões de reais de emendas parlamentares de 2014 e de anos anteriores, que eram insistentemente reclamadas. Assessores da Presidência da República são os primeiros a reconhecer que a retenção atrapalhava o entendimento político, sobretudo em relação às medidas do ajuste fiscal.

Foi a Constituição Federal, promulgada a 5 de outubro de 1988, que resgatou a possibilidade da apresentação, a cada ano, de emendas individuais ao projeto de lei orçamentária.

Em 1993, surgiu o escândalo dos anões do orçamento, beneficiando parentes e empreiteiras. Em 2006, foi a máfia dos sanguessugas, com emendas utilizadas em licitações fraudulentas para compra de equipamentos superfaturados. Há outros casos no rol de escândalos. O pior: não há sinal de que o instrumento, responsável pela destinação anual de mais de 7 bilhões de reais, esteja por  desaparecer. Afinal, nada mais é do que propaganda do mandato, usando dinheiro público.

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