Por Armando
Burd, 10/04/2016,
www.osul.com.br
Hoje, completam-se 10 anos de instabilidade do
PT. A 11 de abril de 2006, o procurador-geral da República, Antonio
Fernando de Souza, denunciou 40 pessoas ao Supremo Tribunal Federal sob
acusação de integrarem “organização criminosa” comandada por José Dirceu,
ex-chefe da Casa Civil, e pelos petistas José Genoino, Delúbio Soares e Silvio
Pereira.
Para o procurador, o grupo se associou à
“quadrilha” do empresário Marcos Valério, com apoio de diretores do Banco
Rural, para dar “continuidade ao projeto de poder do PT, mediante a compra de
suporte político de outros partidos”, ou seja, o mensalão.
NÃO FALTOU AVISO
A reação mais lúcida foi do coordenador político do
governo, Tarso Genro, ao propor a refundação do PT, que não teve andamento.
Queria que o partido assumisse todas as responsabilidades, aceitando a punição
de cada envolvido em denúncias de corrupção. Foi o suficiente para que José
Dirceu rompesse definitivamente com Tarso.
SEM TEMOR
Na denúncia de abril de 2006, a Procuradoria-Geral
da República silenciou sobre suposta participação do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva no esquemão, declarando que manteria em sigilo esta parte da
investigação.
Nos últimos dias, instalado em um hotel de Brasília
para atender parlamentares carentes, Lula apresenta-se como companheiro, herói
e salva-vidas. Baseia-se em fatos passados: o sucesso da reeleição à Presidência
em outubro de 2006 e a ascensão de sua indicada ao Planalto em meio ao
turbilhão constante de denúncias.
NINGUÉM CONTEVE
A votação de hoje na Comissão Especial da Câmara
dos Deputados expressa a inconformidade com o acúmulo de episódios que envolveram
propinas milionárias, pondo em risco a Petrobras. O impeachment está previsto
na Constituição e se resume a um julgamento político, na maioria das vezes sob
pressão da opinião pública.
O PT teve dez anos para correção de rumos. Não só
deixou de fazer isso como agravou o quadro, levando muitos de seus líderes ao
cumprimento de penas. É o momento mais difícil da história iniciada a 10 de
fevereiro de 1980 com a promessa de conduzir os trabalhadores a melhores
condições de vida.
PRÓDIGOS
Os votos de alguns deputados federais na Comissão
Especial sobre o Impeachment mostraram com é admirável a criatividade: quando
não têm nada para dizer, falam mais ainda.
TEM PESO NA ECONOMIA
O Rio Grande do Sul tem 1 milhão e 190 mil micro e
pequenas empresas, ocupando a quarta posição no País com 7,3 por cento do
total. São Paulo lidera com 4 milhões e 119 mil, representando 27,7 por cento.
Dados do Empresômetro, mantido com supervisão do Instituto Brasileiro de
Planejamento e Tributação.
DIFERENÇA
Em nota publicada ontem nesta coluna, o
ex-governador Jair Soares faz referência que, lamentavelmente, é esquecida: há
projetos de governo e de Estado. Um visa às urnas e o segundo vê bem mais
adiante.
RÁPIDAS
* “Política não se faz com ódio, pois não é função
hepática. É filha da consciência, irmã do caráter, hóspede do coração.”
(Ulysses Guimarães).
* A 11 de abril do ano passado, pesquisa Datafolha
mostrou: 63 por cento dos entrevistados no País queriam a abertura do processo
de impeachment.
* A maioria das gestões de governantes reeleitos
não passa de uma dose de café requentado.
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