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quarta-feira, 6 de abril de 2016

Ministro da Justiça legitima tortura sofrida por Dilma Rousseff



Eugênio Aragão diz não achar a violência “produtiva”, mas afirma que reações extremas decorrem da “lei de Newton”. Enfim, algum no PT

Por Reinaldo Azevedo, 05/04/2016,
 www.veja.com.br


O ministro da Justiça, Eugênio Aragão, diz bem a que veio. Não me lembro — e olhem que já acompanhava política durante parte da ditadura — de um ministro da Justiça justificar a violência. E isso está sendo feito debaixo do nariz das instituições e da imprensa, que parece narcotizada e embarca agora na tese golpista, esta sim, das eleições gerais.

Num evento que discutia a segurança dos Jogos Olímpicos, o doutor foi questionado sobre o discurso da incitação à violência de setores contrários o impeachment, respondeu o seguinte:

“Esse tipo de discurso [de incitação à violência] não é produtivo. Agora, claro que existem pessoas acuadas e outras que estão acuando […]. Aí prevalece a lei de Newton: toda ação corresponde a uma reação em igual intensidade e sentido oposto, mas nós temos que evitar isso […] Não é produtivo […]”.

Querem mais? Pois não.

“Reação de quem está acuado é realmente uma reação que está em intensidade proporcional […] A manifestação de absoluta rejeição a qualquer tipo de afastamento através de golpe, mesmo que com aparência de constitucionalidade, me parece um movimento legítimo”.

As palavras fazem sentido. Tome-se a “absoluta rejeição” como sinônimo de violência. Logo, ele justifica a violência.

Esse discurso de Aragão é o que justifica o terrorismo, por exemplo: os palestinos se dizem acuados pelos israelenses; os  islâmicos se dizem acuados pelos “cruzados”; os católicos do IRA se diziam acuados pelos protestantes…

Esse discurso de Aragão legitima a tortura. Afinal, os “acuados” pela esquerda, que praticava atos terroristas, decidiram segundo a lei de Newton. Foram lá e torturaram Dilma Rousseff.

Se havia alguma dúvida de que o governo está disposto a tolerar a violência de seus seguidores, agora não há mais.

Notem que o ministro não acha a violência uma coisa errada. Ele só não a considera “produtiva”.
É evidente que tem de ser objeto de um processo de impeachment, ele também, e de ser processado.

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