Segundo jornal, executivos da
Odebrecht vão dizer que governo deu garantias de que escolheria um nome que
beneficiaria empreiteiros presos
Por Reinaldo
Azevedo, 13/06/2016,
www.veja.com.br
A ser como informam Wálter Nunes e Bela
Megale na Folha desta segunda,
a situação do ministro Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, do STJ, fica
especialmente delicada.
Segundo a reportagem, executivos da
Odebrecht que decidiram colaborar com a força-tarefa vão relatar aos
procuradores que advogados e executivos da empresa receberam de representantes
do governo a informação de que Dilma nomearia um ministro “garantista” para o
tribunal. Na linguagem que se falava naquele tempo, isso queria dizer: alguém
que atuaria para tirar da cadeia Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo,
então presidente da Andrade Gutierrez.
Dilma nomeou Navarro. Coincidência ou
não, ele foi o único dos cinco ministros da turma a votar em favor da
libertação de Marcelo. Segundo o ex-senador Delcídio do Amaral, esse era o
propósito de Dilma ao fazer a escolha. A atuação de Navarro está sendo examinada
agora pelo Conselho Nacional de Justiça.
Ouvido a respeito, José Eduardo
Cardozo, ex-titular da Justiça, afirmou que era público o compromisso do
governo de nomear ministros “garantistas” — que seriam especialmente
preocupados com o direito de defesa. É… Ocorre que, no caso, a ser como se diz,
o dito-cujo já chegava com uma tarefa.
Brinquei outro dia aqui que a política
está pautada pela TPO, ou Tensão Pré-Odebrecht. E essa preocupação se estende a
todo o espectro político.
Segundo informa a Folha, dois funcionários
da empresa presos na 26ª fase da Operação Lava Jato vão ensinar os policiais a
operar o sistema que guarda os segredos do tal “Departamento de Operações
Estruturadas”, que cuidava da movimentação do dinheiro que abastecia os
políticos.
Vamos ver quem sobrevive.
Nenhum comentário:
Postar um comentário