Coordenador da
força-tarefa da Lava Jato em Curitiba detalhou denúncia oferecida contra o
ex-presidente e mais sete pessoas nesta quarta
Por Eduardo Gonçalves, 14/09/2016,
www.veja.com.br
O
coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, não
economizou frases de efeito para descrever a posição de chefia do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema de corrupção da Petrobras.
“Comandante máximo do esquema” e “verdadeiro maestro da orquestra criminosa”
foram algumas das tantas locuções adjetivas atribuídas a Lula durante a coletiva
que detalhou a denúncia
oferecida contra ele, sua mulher, e mais seis pessoas ao juiz Sergio Moro. Em
uma longa explanação, Dallagnol imputou ao ex-presidente e ao seu
partido, o PT, a coordenação não só do petrolão, mas da “propinocracia”,
palavra criada por ele que significa “governo regido pela propina”. Por meio de
seu advogado, Cristiano Zanin, o petista negou todas as acusações e classificou
as falas do procurador como “deplorável
espetáculo de verborragia“. Confira
as frases:
1. O maestro da
orquestra criminosa
Dallagnol
disse que Lula estava acima de todas as autoridades envolvidas no esquema.
"O petrolão, depois do mensalão, deixa claro que o comandante do esquema
não era José Dirceu e sim alguém que estava acima de Jose Dirceu. Só “havia possibilidade de o comandante estar acima, e
aí estava o verdadeiro maestro dessa orquestra criminosa”.
2. O
comandante máximo
Dallagnol descreveu Lula como o "comandante
máximo" e o "grande general" do esquema de corrupção da
Petrobras. "Essas provas demonstram que Lula era o grande general que
comandou a realização e a continuidade da prática dos crimes com poderes para
determinar o funcionamento e, se quisesse, para determinar sua interrupção"
3. Aquele
que foge
O coordenador da Lava Jato em Curitiba também
caracterizou Lula como "aquele que foge da cena do crime após matar a
vítima e busca depois calar testemunhas”.
4. O elo
comum
Segundo o procurador, o ex-presidente era a única figura
que tinha condições de reunir todas as forças e agentes necessários para manter
o petrolão em funcionamento. "A conclusão inequívoca era de que Lula era o
elo comum e necessário entre o esquema partidário e o de governo. O elo
evidente de todas essas pessoas, inclusive de fora da estrutura partidária era
Luiz Inácio Lula da Silva", disse.
5. O comandante da
propinocracia
Para
o procurador, o esquema de corrupção na Petrobras é apenas uma parte do que ele
chamou de "propinocracia". "Não se trata mais do petrolão.
Estamos falando de propinocracia, ou governo regido pela propina. Lula era o comandante do petrolão e do que denominamos
de propinocracia".
6. O chefe do mensalão
O
procurador também lembrou do caso do mensalão, que junto com o petrolão classificou
como "duas faces da mesma moeda". "Desta vez, Lula não pode
dizer que sabia de nada".
7. O topo da pirâmide
Segundo
o Ministério Público Federal, foi Lula o responsável por nomear os diretores da
Petrobras que cobravam propina das empreiteiras - muitos deles viraram réus
confessos. "Lula estava no topo da pirâmide do poder. No período em que
foi estruturado o esquema criminoso do petrolão, foi Lula que deu provimento
aos altos cargos da administração pública federal".
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