Presidente reafirma que governo
vai, sim, cortas gastos sem eliminar conquistas sociais
Por Reinaldo
Azevedo, 14/09/2016,
www.veja.com.br
Faz muito bem o presidente Michel Temer
em subir o tom da resposta à campanha de difamação de seu governo, iniciada
pelas esquerdas e que tem Lula como o líder principal. Como a tese do “golpe”
micou; como isso virou discurso de maluco e de extremista mascarado, então se
tenta emplacar a falcatrua de que o presidente lidera uma cruzada contra os
direitos trabalhistas e contra os benefícios sociais. Temer mandou um recado: o
governo não é idiota. Vamos ver.
Temer participou nesta quarta de uma
solenidade em que se anunciou a transferência de R$ 1 bilhão para o
financiamento de UPAs, santas casas e hospitais filantrópicos. O dinheiro
derivou do corte de despesas na pasta: eliminação de 417 cargos e renegociação
de contratos. Essa é uma das marcas que o presidente quer imprimir ao governo:
fazer mais sem aumentar despesas.
Muito bem, no discurso, ele se exaltou
um pouco mais do que de hábito. Negou que o envio de uma proposta estabelecendo
um teto para os gastos se fará em prejuízo da saúde da educação:
“E eu digo com isso, e peço licença para dizer que isso é inadmissível, porque, quando nós falamos em teto de gastos, estamos falando da totalidade dos gastos. Do teto de gastos públicos. É preciso que tenhamos consciência disso. Os deputados e senadores vão para a tribuna e contestem aqueles que possam eventualmente vilipendiar os fatos”.
Ainda sobre o corte de gastos,
respondeu aos críticos:
“Essas vozes todas desconhecem que a responsabilidade fiscal é pressuposto de qualquer sistema público, de saúde e educação. Desconhecem que a proposta do teto não obriga qualquer redução de gastos em saúde e educação. E que a volta do crescimento do país reverberá em financiamento mais abundante para os serviços públicos”.
É evidente que falou a coisa certa.
Temer deixou claro também que não é um
abestado, como podem imaginar os petralhas:
“[É desagradável imaginar que] somos um
governo cidadão tão estupidificado, tão idiota, que chega ao poder para
restringir os direitos dos trabalhadores, para acabar com saúde e para acabar
com educação”.
As esquerdas, que gostam de se imaginar
monopolistas do bem, adorariam que assim fosse. O presidente se referiu a uma
lamentável distorção havida, por exemplo, no debate sobre a reforma
trabalhista. Repetiu o que disse em entrevista ao programa “Os Pingos nos Is”,
da Jovem Pan, na segunda-feira:
“O que bombou nas redes [sociais] foi isto: que o governo estava exigindo [jornada de] 12 horas por dia. […] Mas isso é o que interessou aos jornais, é o que se alardeia ou que se divulga, e se deixa de reproduzir a verdade dos fatos”.
E qual é a verdade dos fatos? O que se
debateu foi à possibilidade de uma jornada de apenas quatro dias por semana —
e, nesse caso, sim, como já se faz em algumas profissões, com jornada de 12
horas. Logo, não haveria aumento da carga semanal de trabalho.
Sobre a campanha orquestrada para
difamar o governo, disse: “É preciso combatê-los, e eu vou combatê-los. Não
vamos permitir que se faça isso. Nós queremos, por acaso, o mal do país? Ao
contrário”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário