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sexta-feira, 6 de maio de 2016

Assuma seus erros, Dilma. Peça desculpas. E – quem sabe? – poderemos conversar



Por Ricardo Noblat, 11/08/2015,
 www.oglobo.com.br

Tem tudo para fracassar a diplomacia de Dilma à base de discursos para platéias de admiradores país a fora e de jantares para políticos amestrados no Palácio da Alvorada.

Dilma prega para convertidos selecionados mediante a garantia de que a aplaudirão. E se comporta entre os políticos da maneira que eles mais detestam: como um superior que dá instruções.

Ontem pela manhã, no Maranhão, o governador Flávio Dino (PC do B) recepcionou Dilma com gritos de aliados contra o “golpe”. Não há nenhum golpe em curso no país, mas isso não importa.

O PT e o governo chamam de “golpe” qualquer ameaça de impeachment mesmo que amparada na Constituição. E assim se comportam como supostas vítimas de uma direita enfurecida.

À noite, no Alvorada, Dilma jantou com 43 senadores dos partidos que sustentam o governo no Congresso e 21 ministros. Uma boa parte dos senadores foi embora depois reclamando dela.

Dilma não dialogou com ninguém – logo ela que só tem falado em diálogo para que o país atravesse as crises que o atormentam. Todas elas, diga-se, produzidas por Dilma e a sua turma.

Limitou-se a fazer um discurso indigesto, porque pobre de idéias e carente de novidades. Dilma cobrou apoio de todos. E, em troca, com nada acenou.

O senador Paulo Paim (PT-RS) foi um dos senadores que consideram ter perdido o seu tempo para ouvir a presidente.

Dilma não aprendeu até hoje como proceder entre políticos. Se sabe como fazê-lo prefere não fazê-lo. E sequer consegue disfarçar a ojeriza que eles lhe causam.

Arrogante, resiste à proposta de assumir os erros que cometeu no seu primeiro mandato e de pedir desculpas por eles aos brasileiros.

Esse poderia ser o marco zero para o eventual reatamento de relações entre o distinto público e ela.

Ninguém a ajudará se ela não pedir ajuda. Se ela não se deixar ajudar. Se ele, principalmente, não fizer por onde ser ajudada.

Dilma fala como se tivesse o folgado apoio de uma maioria de governados. Quando, de fato, é rejeitada por 70% deles.

Presidente algum, nem mesmo o deposto Fernando Collor, foi mais rejeitado do que Dilma é.

Se ela não for capaz de compreender por que tantos querem vê-la pelas costas, jamais saberá como reconquistar o apoio deles.

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