Senador detona tentativa de
aliviar crimes de Dilma por suposta ajuda do PT aos pobres
Por Felipe
Moura Brasil, 06/05/2016,
www.veja.com.br
O senador Magno Malta (PR-ES) encerrou sua
participação memorável na comissão do impeachment nesta sexta-feira (6) com
mais um discurso para a posteridade.
Todos nós brasileiros sonhamos o sonho
que eles nos conduziram a sonhar. E por alguns momentos milhares – milhares e
milhares – acharam que deixaram de ser pobres e ingressaram na classe de pobres
emergentes. De repente, o sonho acabou.
Eu acordei um pouco antes, mas a nação
perplexa (está) acordada agora: desempregada, contas a pagar, nome na Serasa.
[Do] Minha Casa Minha Vida, os mais simples não têm como – desempregados –
pagar sua prestação. Ainda que ínfima, não têm como pagar. A nação (está)
desmoralizada.
Não podemos evocar o conjunto da obra
(de Dilma) porque as pedaladas simplesmente se revestem de um caráter: a gota
d’água. Eles acreditaram na impunidade. Para tanto, mentiram no processo
eleitoral e, agora, ninguém pode evocar [o conjunto da obra], mas eles podem.
‘Porque essa mulher fez tanto! O
Lula também. O Bolsa-Família. Olhem aí as escolas técnicas… Quem é que pode
desmerecer isso? Ninguém pode.
Mas: perdoaremos o crime do
traficante porque ele é o benfeitor da favela?
O traficante por acaso não deve ser
preso e votaremos aqui uma mudança na lei para isentar qualquer traficante de
droga porque ele dá cesta básica, porque compra bujão e paga o enterro das
pessoas? E muitas vezes enterro (em decorrência) de matanças que eles mesmos
mandaram fazer.
Porque paga a festa do Dia das Mães?
Porque ele é o benfeitor onde o Estado é ausente? Perdoaríamos, pois, o
traficante por isso?
O que se pede neste momento é que se
tenha misericórdia, aliás, uma palavra que ela (Dilma) não conhece, nunca pediu
e jamais pedirá porque eles são incapazes de reconhecer que cometeram um erro
sequer. Eles só acertaram. A arrogância! Só acertaram!
Então perdoaremos aqueles que cometeram
um crime, exatamente porque ele é a presença onde há ausência do Estado?
Minha mãe não está mais aqui. Se
estivesse me vendo na televisão, eu diria: mamãe, me acorde. Eu só falto ver
chover pra cima porque o resto tudo eu já vi. ‘Golpista’? O sonho acabou. Esse
é o capítulo antepenúltimo do fim do Foro de São Paulo (…)".
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