Procuradoria-Geral da República
denunciou o casal petista com base em denúncias do doleiro Alberto Youssef e do
ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa na Lava Jato
Por Reinaldo
Azevedo, 07/05/2016,
www.veja.com.br
Acusados na Operação Lava-Jato de corrupção passiva
e lavagem de dinheiro, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o marido dela, o
ex-ministro do Planejamento e das Comunicações Paulo Bernardo, foram
denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da
República na manhã deste sábado. Segundo o procurador-geral, Rodrigo Janot, o
casal teria recebido 1 milhão de reais desviados da Petrobras durante a
campanha da senadora em 2010. Na mesma ação, foi denunciando ainda o empresário
Ernesto Kugler, que mantém ligação estreita com Gleisi e Bernardo.
A situação da senadora e do marido começou a se
complicar em novembro do ano passado, quando o doleiro Alberto Youssef, preso
na Lava-Jato, confessou em delação premiada ter feito a entrega do dinheiro a
Paulo Bernardo, a mando do ex-diretor Paulo Roberto Costa, em um shopping de
Curitiba. Youssef afirmou que o repasse foi efetuado em quatro parcelas: três
no shopping e outra na casa dele, em um condomínio de luxo da capital
paranaense. Também em delação premiada, Paulo Roberto Costa afirmou à PF que
foi Paulo Bernardo quem teria realizado o pedido de dinheiro para a campanha.
Tanto Youssef quanto Costa são réus no processo que investiga lavagem de
dinheiro, superfaturamento, desvios, corrupção e propina na Petrobrás.
A Polícia Federal já havia indiciado o trio pelo
mesmo motivo, mas a Procuradoria-Geral da República teve que anular o
procedimento porque Gleisi tem foro privilegiado. Desta vez, foi Janot quem
indiciou a senadora e o marido. Não há data para julgamento do processo, que é
relatado pelo ministro do STF Teori Zavascki.
Em nota, a senadora rebateu as acusações: “Todas as
provas que constam no inquérito comprovam que não houve solicitação, entrega ou
recebimento de nenhum valor pela senadora Gleisi Hoffmann ou pelo ex-ministro
Paulo Bernardo”. Segundo o texto, haveria uma série de contradições nos
depoimentos dos delatores. “Um deles apresentou, nada mais, nada menos, do que
cinco versões diferentes para esses fatos, o que comprova ainda mais que eles
não existiram”, completa a defesa.
Em depoimento à Polícia Federal, no ano passado, o
casal disse não conhecer o Youssef e nunca ter tido qualquer contato com ele ou
com o esquema investigado. Gleisi sustentou ainda que todas as doações para a
campanha constem na prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral.
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