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domingo, 22 de maio de 2016

SORTE SEM JUÍZO



Por Rogério Mendelski, 29/01/2013,
 www.correiodopovo.com.br


Quando as autoridades de segurança pública nos recomendam a ter juízo para não sermos assaltados ou para não frequentarmos casas noturnas é por que talvez estejamos todos chegando ao final do túnel e a luz que nos guiava até lá era apenas um trem vindo de encontro a nós.
O major Gérson da Rosa Pereira, do Corpo de Bombeiros de Santa Maria, nos deu um conselho: “A população também deve ter cuidado com o lugar que frequenta. Não dá para ficar em um lugar onde não se pode nem se mexer”. Mas o correto e o tranquilo para a população não seria estar livre dos locais citados se o sistema de fiscalização funcionasse como deveria funcionar?
Querem nos transformar em carneirinhos obedientes que ao menor latido de um border collie  correm desesperados para o curral. Já temos “mais sorte que juízo” quando saímos de casa todos os dias para trabalhar, para estudar ou para fazer compras no supermercado.
Até agora éramos “sortudos” apenas com a bandidagem: “Não reagir, não olhar para nossos algozes, entregar tudo de valor e – quem sabe? – relaxar e gozar”. O prêmio lotérico era sair com vida numa ocasião dessas. Mas as nossas responsabilidades, diante da irresponsabilidade das autoridades pagas para nos dar qualidade de vida, aumentaram depois da tragédia de Santa Maria.
Com uma mochila nova e mais pesada vamos carregá-la de “juízo” para que não sejamos tão somente “sortudos” quando quisermos sair à noite para usufruir um pouco de lazer. E o que deveremos fazer?
Mesmo sem um jaleco de autoridade ou de fiscal, ao escolhermos uma casa noturna, já na portaria, pediremos o alvará de funcionamento e a validade dos extintores. E aí, então, entraremos ou daremos meia-volta.
Vamos pedir também a planta da casa e com a informação das medidas do ambiente poderemos avaliar a contagem do borderô para saber se o público que se diverte lá dentro está restrito ao metro quadrado a que tem direito, se “mexendo” com liberdade.
Se cada cidadão brasileiro cumprir com as recomendações de nossas autoridades, todos nós seremos muito felizes em nossas atividades e no nosso lazer. Sobre a tragédia da boate Kiss resta à triste constatação: os culpados foram essas centenas de mortos e feridos que não fizeram o trabalho fiscalizador da prefeitura e dos bombeiros.


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