Operação envolve pesos-pesados da
economia e vai, com absoluta certeza, cair no colo de políticos; o PT, de novo,
está no centro da lambança
Por Reinaldo
Azevedo, 06/09/2016,
www.veja.com.br
A Operação Greenfield tem tudo para
suceder a Lava Jato em fases e longevidade. O cheiro que emana é de carne
queimada. E é evidente que o partido dos companheiros está, mais uma vez, no
centro da lambança.
A Polícia Federal ouviu nesta terça o
ex-presidente da Previ, o fundo de previdência complementar dos funcionários do
Banco do Brasil, Sergio Rosa. Ele chegou por volta das 10 horas à sede da PF,
no Rio. Segundo o despacho do juiz Vallisney de Souza Oliveira, Sergio Rosa
“teria recebido, por meio da empresa R.S. Consultoria e Planejamento
Empresarial, vantagem pecuniária indevida da OAS para que a Previ realizasse
investimentos do interesse da empreiteira”. Ainda pela Greenfield, foram alvos
de prisão temporária, ontem à noite, Carlos Augusto Borges e Maurício
Marcellini Pereira, diretores de Participação Societária e de Investimentos do
Funcef, o fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal. Os sete
presos até agora são ou eram membros da Funcef.
A avaliação de investigadores da
Polícia Federal é que a operação tem potencial para causar estragos em outros
setores, além dos fundos de pensão. Eles acreditam que, num primeiro momento,
ela pode atingir o setor elétrico e setores do sistema financeiro; depois, deve
complicar a situação dos políticos responsáveis por indicações de diretores
nessas entidades. No caso do setor de energia, o foco seriam principalmente
investimentos realizados pelos fundos na construção de usinas hidrelétricas,
como Belo Monte, e na estruturação da Sete Brasil. Nesses casos, os fundos,
segundo avaliação preliminar da PF e do Ministério Público, teriam recebido
ordens superiores do governo Lula para fazer aplicações nesses novos
investimentos. Em outras palavras: deve atingir em cheio o PT.
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