Fosse eu um presidente eleito,
governaria na sala ao lado do juiz Sergio Moro e iria até lá servir um
cafezinho para o magistrado
Por: Augusto
Nunes 24/11/2016,
www.veja.com.br
Texto de Vlady Oliver:
Vou insistir: sou publicitário. Sei vender
mortadela e pescoço de peru. Entendo que todo esforço publicitário busca a tal
“massa crítica”, quando uma informação passa a correr sozinha, sem a
necessidade de “comprar apoios” para existir. Para isso, é necessário que ela
seja uma informação verdadeira ou revestida de verdade: não pode enganar o
público pagante com seus elegantes eufemismos.
Quem aqui percebeu que pequenos deslizes no atual
governo são fatais para a sua imagem já combalida entende perfeitamente que o
país não suporta mais relativismos. Leio em vários lugares que a situação
econômica é desoladora. Basta cavar no rasinho para desenterrar inúmeros
artigos de gente boa afirmando que a principal crise enfrentada por este
governo é de legitimidade. Para reverter este quadro, seria necessário um tal
de “choque de gestão”, que eu traduzo como uma retomada da vergonha na cara,
irremediavelmente perdida por todos os petistas e simpatizantes da
bolivarianada em botão.
Pois é. O tal choque não veio, ou foi dizimado em
suaves prestações. Aquela impressão de que “agora vai” não se confirmou.
Perdido em tecnicismos, liturgias caras e burocracias, acossado pelo medo de
enfrentar o exército de vigaristas a soldo pelo socialismo de tanga que aqui se
professa, o atual governo não consegue sinalizar o rumo certo, tentando trilhar
pelo errado mesmo. Fosse eu um presidente eleito, governava na sala ao lado do
juiz Sergio Moro e iria até lá servir um cafezinho para o
magistrado. Derrubava esses muros idiotas que todo vigarista quer
construir para bovinizar o seu rebanho e mostrava claramente de que lado estou.
Vão os imbecis afirmar que estou me dobrando a um
juiz de primeira instância, de uma “comarca agrícola”. Não, senhores. Estou
mostrando de que lado está à decência, de forma inequívoca, para quem quiser me
seguir. Com certeza, teria milhões de seguidores. Faria centenas de desafetos e
escolas seriam invadidas em protesto contra minha teimosia. Danem-se todos
eles. Não trabalham. Vivem de brisa. De encosto. De cacarejo. Acham que uma Lei
Rouaneta ─ a teta ─ qualquer vai dar-lhes a sobrevida de que precisam
para continuarem indefinidamente no linchamento de nossa decência cívica.
Vão pro inferno. Fosse eu um presidente desses,
seria um dos primeiros a ver o lulão
entrar na cela reservada ao seu boquirrotismo inesgotável. E faria um discurso
ali mesmo, na porta da “República Agrícola de Curitiba”. Entenderam agora, meus
docinhos? Bandidos se trata é assim, daqui pra frente. Agora vão trabalhar.
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