Dados do volume de chuvas mostram
que a região foi assolada pelo menos 84 vezes por períodos de estiagem
prolongada
Da redação,
03/12/2016,
www.veja.com.br
O Nordeste brasileiro enfrenta a seca mais longa
desde que começaram as medições pluviométricas. Desde 2010, a região está com
chuvas abaixo da média. A região é naturalmente vulnerável às variações
pluviométricas. Os registros históricos e, mais recentemente, os dados do
volume de chuvas mostram que o Nordeste foi assolado pelo menos 84 vezes por
períodos de estiagem prolongada.
VEJA viajou por 1 200 quilômetros para descrever
como a seca que está sendo considerada como a maior da história está afetando
os mais de 23 milhões de brasileiros que vivem no semi-árido nordestino – a
região seca mais densamente povoada do planeta. A reportagem que está publicada
na edição da revista desta semana descreve o impacto econômico e os efeitos
ecológicos do fenômeno. Além disso, mostra como os sertanejos se fortaleceram
para enfrentar a seca que, apesar de ser a mais duradoura, não tem sido capaz
de flagelar a região como no passado.
Um dos efeitos inéditos da seca atual é a ameaça
sobre os grandes centros urbanos. Cidades como médias como Campina Grande, na
Paraíba, estão sob risco de colapso de abastecimento. A região metropolitana de
Fortaleza, no Ceará, está ameaçada de racionamento. O açude Castanhão, de onde
sai à água que abastece os quase 4 milhões de habitantes da capital cearense se
seu entorno, está com pouco mais de 5% de sua capacidade. Com o atual ritmo de
consumo, o reservatório só é capaz de prover a população até março.
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