A investigação foi aberta em maio
com base na delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral, que cita o
envolvimento de Rêgo e Maia na comissão
Por Reinaldo
Azevedo, 05/12/2016,
www.veja.com.br
O ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Vital do Rêgo e o ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS) foram alvos de mandados de busca e apreensão da Lava Jato nesta segunda-feira (5) pela Polícia Federal. A operação foi batizada de Deflexão.
O ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal) Teori Zavascki autorizou, no âmbito de um inquérito da Lava Jato,
buscas em endereços pessoais, funcionais e empresariais do ministro do TCU e do
deputado petista, que presidiu a Casa entre 2011 e 2012.
Segundo a PF, o inquérito apura se
parlamentares solicitaram a empresários contribuição financeira para que não
fossem convocados a prestar depoimento na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito) da Petrobras, em 2014. A nota diz ainda que os executivos
afirmam ter repassado valores superiores a R$ 5 milhões a ambos para evitar retaliações
e contribuir para campanhas eleitorais.
Apenas a mulher e filha de Maia estavam
na casa da família, em Canoas (RS). De lá, foram levados documentos e
computadores.
A investigação foi aberta em maio com
base na delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral que cita o
envolvimento de Rêgo e Maia na comissão.
Vital do Rêgo e Maia eram,
respectivamente, presidente e relator da CPI mista da Petrobras e foram
acusados por Delcídio de cobrança de “pedágio” na comissão para beneficiar
empreiteiros e não convocá-los para depoimentos.
No pedido de abertura de inquérito, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que os fatos narrados pelo
senador cassado indicam crimes de concussão ou corrupção passiva.
Em setembro, o sócio da OAS Léo Pinheiro,
que está preso, admitiu ao juiz Sergio Moro que pagou cerca de R$ 3,8 milhões
para abafar as investigações da comissão.
Os pagamentos, segundo o empreiteiro,
foram feitos a Rêgo, Maia e ao ex-senador Gim Argello (ex-PTB), preso pela Lava
Jato em abril.
Segundo o empreiteiro, Maia e Rêgo
disseram que poderiam adiar requerimentos e controlar o calendário da
investigação, além de impedir a convocação de determinados empreiteiros. “Eles
[Rêgo e Argello] me disseram o seguinte: nós podemos ajudar, e muito. Agora, o
senhor vai ter que ajudar financeiramente”, declarou Pinheiro.
Segundo Pinheiro, Maia teria pedido
pediu R$ 1 milhão para proteger a OAS do relatório final.
Os repasses a Vital do Rêgo, segundo
Pinheiro, foram feitos por doações oficiais ao PMDB Nacional, que recebeu R$ 1
milhão da OAS, e por caixa dois, com outros R$ 1,5 milhão.
Argello teria recebido por meio de uma
doação a uma igreja do Distrito Federal, de R$ 350 mil; Maia, por meio de um
empresário de seu círculo de relacionamento, cujo nome não foi revelado.
A PF cumpre mandados de busca e
apreensão em Brasília, Porto Alegre, Canoas, João Pessoa e Campina Grande (PB).
(…).
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